quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Saudade do meu desespero

Nesses últimos dias me peguei oca, sem tantos pensamentos, sem minha constante crise existencial e, pasmem, sem observações ácidas sobre o nosso cotidiano as quais faço de entretenimento para as definições da vida. Faço da minha tentativa de escrita um refugio que me proporciona transbordar sem medo de respingar os meus achismos pelo buraco da fechadura em que, muitas vezes, me silencio no meu infinito particular. E esse silêncio sem gritos me deixou em um estado de inércia ingrata e bastante calorosa.

   Decidi, então, sair e tentar me dimensionar em linhas. Na pluralidade dessa minha mente inquieta passaram muitas questões que estão em alta midiaticamente quanto questões de interesse e cultivo próprio, variando da politica nacional até a banalidade de esperar o ônibus e torcer que ele esteja vazio causando assim uma leve sensação de bem estar misturada com uma sorte gritante. Oras ... nada melhor do que se sentir dona do ônibus. Mas, confesso, não há nada mais prazeroso do que discutir o humano. Suas fragilidades, mazelas, ambições e, claro, suas poucas virtudes apesar de toda a capa que o faz. Quando penso no humano, agradeço a Deus por não ter concedido o poder de ler pensamentos, ao contrario, nenhuma democracia seria tão tolerante ao ponto de saber o que o outro realmente pensa - Je suis Charlie - Olhos nos olhos, quero ver o que você diz.

      Nesse mar turbulento que gosto de remar me deparei com os vídeos interessantíssimo do Leandro Karnal em que ele aborda os sete pecados capitais se direcionando a inveja e o sofrimento com a felicidade alheia, de imediato, caí na gargalhada, no segundo  denominado "orgulho nosso de cada dia" quase me engasgo com as mesmas gargalhadas.

  Calma, caro leitor, não sou uma jovem debochada - deus me livre- sou uma jovem que gosta de gargalhar que é uma coisa completamente diferente - risos-  Frente a frente com as mazelas expostas de maneira sem rodeios penso na veracidade da profundeza dos pecados. Inveja, orgulho, vaidade, gula e tantas outras em que nos constituem, sendo nossa natureza. E como ela nos corroí de maneira exacerbada quando tentamos falhamente travesti-la em discursos prontos, em sorrisos aparentes, em autoajudas justificáveis porque, claro, seria uma tragédia conviver com o nosso real reflexo, como diz o Karnal, as pessoas fazem tudo pela cena ou melhor pelo status. Mas, claro, não sinta-se atingido, meu caro, sei que com todo seu puritanismo estarás inume a essa carga pesada de ser o que é. Devemos, quem sabe, procurar um analista para entendermos que isso é mera culpa da nossa baixa autoestima e de forma alguma de uma realidade crua que fugimos a galope criando, assim, refúgios alternativos para amenizar o fardo. Não julgo, mais que compreensível. Eis aqui o meu.

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