domingo, 25 de maio de 2014

Domingos


Tia "bibi" olhava desolada o enorme buraco em seu quintal, consequência de um vazamento. Lembrava atordoada da noite passada, na qual seu filho Beto quase foi devorado por aquele cretino buraco que mais lembrava a boca de um tufão. Andando sorrateiramente os quatro cantos da casa, alarmou-se:

- Beto! Ligue para todos os seus tios, vamos fazer um mutirão. Família serve pra isso mesmo. 

- Mas, mãe. Hoje é ...

- Sem mais, Beto. Diz que terá feijoada!

Beto sem alternativa acabou obedecendo simultaneamente.

- Alô, tio Pelé?

- Ôh, Betão! Cadê a bênção, menino?!

....

- Alô, tio Pedro?

...

- Isso mesmo. Feijoada.


Casa cheia. Tia bibi se desdobrava em duas para relatar a lástima da terrível "cratera" em seu quintal e para dar conta de encher a barriga daquela gente que mais parecia lagartas famintas seguindo o delicioso cheiro da sua feijoada.


- Ôh, bibi! Trás aquela cervejinha pra acompanhar.

- Mãeee!!!  O léo derramou o feijão todo no sofá.



 Tia bibi, coitada. Corria  de um lado para outro.

Exclamava:

- Calma, minha gente!

  
Intimidava:

- Desce daí, peste. Você vai cair.


 Acarinhava:

- Não acabou, não. Já coloquei mais água no feijão!




Fim do dia.


E lá estava tia bibi, olhando desolada (...)

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