domingo, 5 de outubro de 2014

A Arte da Guerra - Sun Tzu

Disseram-me que esse livro seria uma afronta egoísta ao bem estar humano como um todo, que ele me faria ver a vida como uma guerra e que isso não era bom. Mas o ser humano é engraçado e o cérebro humano terrivelmente medonho.
Para mim é impressionante como cada um de nós temos visões individuais sobre as coisas. Sobre como cada um de nós temos um olhar apurado para certas inclinações que os fatos, obras e acasos podem tomar ao nosso redor. Isso é fascinante e ao mesmo tempo imperceptível aos olhos da maioria. Somos cegos todos os dias pelo fato de procurarmos um bem maior, uma vida em harmonia e uma boa convivência. A gente perde um pouco de nossa natureza ao negarmos nossos instintos. Não sei exatamente se isso é bom ou ruim, mas sei que isso acontece. E não é pouco.
A arte da guerra é um tratado escrito por Sun Tzu em forma de notas de alguma espécie de diário de bordo, divididas em capítulos que tratam de temas específicos, mas todos voltados para a temática da guerra. Ao longo dos séculos, foi tido como leitura obrigatória para generais de exércitos estrategistas e por entusiastas de movimentos políticos revolucionários. Mas em algum momento, alguém presumiu que poderia funcionar como metáfora. E lá vamos nós...
A arte da guerra passou a ser não mais um tratado técnico e de grande valor de cunho militar, mas um guia forçado e cabal de Administração empresarial e marketing. E só se entende o porque quando se questiona para onde foram as guerras no nosso saudoso século vinteum.
Mas isso não necessariamente vem ao caso. De mimimi capitalista/comunista a internet tá cheia. Meu propósito é só registrar algumas ideias que tive enquanto lia a obra.
O que é uma guerra se não pelo menos um par de moças trocando puxões de cabelo?
A vida não é necessariamente uma guerra. Muitos dos preceitos que ele fala no livro são baseados no inimigo. Como vou, por exemplo, espionar meus inimigos ou forçar ele a fazer algo que me leve a uma conquista maior se o meu inimigo é a vida?
Não. Por mais que meu pessimismo seja grandioso e válido em muitos dos momentos, eu não posso ser pragmaticamente prático e dizer que a vida é uma guerra. Mas também não posso negar que ela é uma trincheira. Guerras são feitas com trincheiras. E eu mais uma vez começo a construção de uma metáfora. Uma destruição de uma, talvez. 
Volto a perambular por aqueles velhos questionamentos dos filósofos eternos: o que é tudo isso? 
E sem respostas, me resigno apenas a anular o fato de que a vida é uma guerra. E tentar esquecer que talvez ela seja uma trincheira.

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